terça-feira, 16 de janeiro de 2001

A flor



Queria dar-me um malmequer.

Disse-lhe que não queria,
que detestava flores:
muitas, porque me lembravam funerais;
poucas, porque raramente duravam mais que dois dias
e, depois, deixavam a água malcheirosa e amarela.

Insistiu
e deixou-me o malmequer em cima da mesa,
com um bilhete:
"É assim a paixão!"

Olhei para a flor,
mudei de ideias:
colhi-a e desfolhei-a,
antes que murchasse.


Ne pas oublier


Na solidão, a saudade rivaliza com o prazer do isolamento e da ausência.


16 Janvier





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